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ALUNOS DA ESCOLA MARISTA CHAMPAGNAT DE TERRA VERMELHA EMOCIONAM A TODOS COM CULMINÂNCIA DO TJC

ALUNOS DA ESCOLA MARISTA CHAMPAGNAT DE TERRA VERMELHA EMOCIONAM A TODOS COM CULMINÂNCIA DO TJC

EM UMA VERDADEIRA ODE À DIVERSIDADE, ALUNOS DA ESCOLA MARISTA CHAMPAGNAT DE TERRA VERMELHA EMOCIONAM A TODOS COM CULMINÂNCIA DO TJC.

Eduardo Valandro

A edição de 2023 do Programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC) começou a se despedir nesta terça-feira (22/08) com a exposição dos trabalhos produzidos na escola Marista, numa cerimônia marcada por emocionantes gritos por igualdade.

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O dia amanheceu de forma diferente hoje na escola Marista. Em meio a rotineira movimentação de alunos e colaboradores, a escola se preparava para as apresentações artísticas dos alunos participantes do TJC. O clima era uma grande mistura de empolgação, ansiedade e sentimento de dever cumprido por parte dos alunos e de todos os demais envolvidos com o programa.

Esses mesmos sentimentos foram sentidos pela equipe do TJC — que foi representada pela Drª Suzane Schulz, Juíza do Trabalho; Drº Hélio Mário, representante da AMATRA17; Drª Francisca dos Santos Lacerda, desembargadora aposentada e pioneira na coordenação do TJC; Drª Angela Balliana Koch, presidente da AMATRA17; Jaqueline Portugal, secretária da AMATRA17; Drª Gilsilene Passon, docente e coordenadora do programa de extensão na parceria TJC/FDV e Eduardo Valandro, graduando em Direito pela FDV — ao serem recebidos pelo corpo administrativo da instituição.

A sensação, que já era maravilhosa, se tornou ainda melhor com as apresentações dos trabalhos. Cada grupo, com suas peculiaridades e visões diferentes, conseguiu abordar de forma impactante, profunda e delicada temas trabalhados ao longo do projeto, como: violência contra mulher; discriminação racial; combate à LGBTQFobia; novas formas de trabalho; e saúde mental.

Vale destacar as equipes vencedoras, que apresentando trabalhos viscerais, de arrepiar, conseguiam escancarar a hipocrisia e problemas estruturais de nossa sociedade. Isso tudo sem se utilizar de metáforas, dramatizações exageradas, ou de contos, mas da realidade.

A comissão examinadora foi composta pelo desembargador aposentado Drº Hélio Mario de Arruda e pelos representantes da empresa patrocinadora do TJC, Vix Logística, Karine Barreto e Lucélio Vieira de Souza Sá. Além da Vix Logística, o Programa TJC é patrocinado pelas empresas CESAN/Governo do Estado do Espírito Santo e ArcelorMittal.

A alegria estampada no sorriso de Drº Hélio revelava sua emoção: “Achei todos os trabalhos muito interessantes. Eu quero parabenizar a escola que mais uma vez apresentou uma culminância da melhor qualidade. O Marista sempre nos surpreende positivamente”.

A Dra Ângela Balliana Kock, presidente da Amatra17, ficou muito feliz com o êxito do programa no ano de 2023: “Gostei muito. Fiquei surpresa com o nível de profundidade para tratar de temas complexos como discriminação racial, homofobia, adoecimento mental no trabalho. Foi realmente muito interessante a culminância, com apresentações muito inteligentes. Meus parabéns a todos, um trabalho excelente”, destacou.

“Um dia para ficar marcado na memória”. Foi assim que Gilsilene Passon Francischetto, professora do PPGD da FDV e voluntária do programa iniciou seu relato sobre o evento:

Tivemos poesia, música e teatro com temas como saúde mental dos trabalhadores, assédio moral no trabalho, racismo, machismo no mundo do trabalho entre outros. Os textos super impactantes e de grande reflexão sobre os direitos e suas diferentes formas de negação. Os alunos e alunas deram um show de atuação e criatividade com muito conteúdo”. Completou a professora: “Foi emocionante ver a vibração dos grupos ao final de suas apresentações e constatar que eles se engajaram em cada detalhe.

“Perceber a primazia dos textos e como os alunos conseguiram trabalhar de forma tão direta e normalizada temas que, infelizmente, ainda são considerados por muitos como tabus” foi o que mais impactou Eduardo Valandro, graduando de Direito da FDV. Ele contou que: “Fiquei muito surpreso com a qualidade do subtexto. Daquilo que não é dito, que fica nas entrelinhas. Não sei se propositalmente ou não, mas a equipe ganhadora cita de forma indireta Paulo Freire. Quando percebi isso, notei que estava presenciando trabalhos que me marcarão pelo resto da vida”.

O envolvimento dos estudantes no programa e a qualidade das apresentações foi muito elogiada por Jaqueline Portugal, secretária da Amatra 17 e voluntária do programa: “Todos os trabalhos foram dignos de serem premiados, mas infelizmente não temos como premiar todos. Para a gente que participa do programa é muito gratificante ver o engajamento desses jovens, perceber que têm um potencial e um futuro”.

A Juíza do Trabalho Suzane Schulz nos contou que retornou com o coração cheio de esperança:

Os adolescentes do Marista Social arrasaram nos temas abordados pelas apresentações com criatividade e simpatia. Meninas e meninos que não fogem dos temas mais sensíveis. Falaram sobre racismo, machismo, assédios, doenças psíquicas decorrentes dessas relações que adoecem o ambiente doméstico, escolar ou no trabalho. Tudo com leveza, coragem, destemor. A apresentação traz, para nós que assistimos e acreditamos no futuro pela educação, uma lufada de esperança e fôlego para seguir no diálogo interinstitucional, com escolas, educadores, empresas, sociedade civil.

E continua:

Lembro aqui a canção do grande Gonzaquinha:

“Eu ponho fé é na fé da moçada

Que não foge da fera e enfrenta o leão

Eu vou à luta com essa juventude

Que não corre da raia a troco de nada

Eu vou no bloco dessa mocidade

Que não tá na saudade e constrói

A manhã desejada.”

A desembargadora aposentada e poetisa nos brindou com um relato que mais parece um conto:

Hoje, fui assistir a um programa especial. Culminância do Programa “Trabalho, Justiça e Cidadania”, na Escola Marista de Terra Vermelha.

Apesar de não ser surpresa, porque, desde que começamos esse trabalho nessa escola, os alunos brilham na recepção, na visita ao TRT, e na culminância, cada vez nos surpreendemos.

Este ano, não participei do TJC, motivo pessoal e familiar, mas, fiz questão de estar lá, hoje. Valeu a pena.

Os alunos trabalharam diversos temas caros ao TJC: discriminação, preconceito, racismo, violência doméstica, assédio moral, por meio de apresentações teatrais, com os títulos: Amor sem preconceito, O trabalho do futuro já é agora, Correntes de opressão, Monalisas e Diário de um professor qualquer.

Os três últimos foram premiados, mas todos mereciam premiação, devido à qualidade e a beleza dos trabalhos. Fizeram, como sempre, sozinhos, ou seja, cenas, textos, tudo criado por eles.

Foi uma manhã tão agradável, que retornei para casa com a alma leve.

Um dia marcado pela seriedade que os temas abordados precisam ser tratados, pela felicidade de assistir apresentações tão bem-feitas e pela esperança de olhar a geração que está vindo por aí e perceber que ela traz consigo muita para acrescentar na sociedade. Foram esses os sentimentos que ficaram após as apresentações de hoje. Ah, e o de tristeza, por perceber que a edição 2023 do TJC está chegando ao fim.

Mas ainda não acabou completamente. A última ação do programa será a culminância geral, com os alunos das escolas públicas de Vila Velha participantes do programa, que se realizará no auditório do Tribunal Regional do Trabalho, no dia 1º de setembro de 2023, às 13h30.

Confiram as fotos da culminância do Marista de Terra Vermelha:

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