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PROGRAMA TJC DA AMATRA XVII PROMOVE VISITAS ÀS ESCOLAS PARTICIPANTES

PROGRAMA TJC DA AMATRA XVII PROMOVE VISITAS ÀS ESCOLAS PARTICIPANTES

Programa TJC 2025 percorre escolas de Vila Velha com escuta atenta e diálogo transformador

 

O mês de maio marcou o início das visitas presenciais do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC) às escolas participantes em Vila Velha, para apresentação das ações que serão desenvolvidas ao longo do ano e para animar os estudantes a se dedicarem, para que sua execução seja um sucesso.

A iniciativa, que há mais de 20 anos promove a educação cidadã por meio do diálogo entre o Judiciário e a comunidade escolar, reuniu magistrados, servidores, estudantes de Direito e representantes da rede municipal em encontros cheios de significado e participação ativa.

As visitas começaram no dia 6 de maio, terça-feira, com passagens pela UMEF Waldomiro Martins Ferreira e UMEF Aly da Silva. A equipe foi composta por Josué, a Desembargadora Maria Francisca, a servidora Brunella, Helena Almeida, Eduardo e Joyce, todos calorosamente acolhidos pelas direções escolares e pelos estudantes. Os alunos demonstraram grande interesse nas conversas sobre cidadania, justiça e mundo do trabalho.

Na quarta-feira, 7 de maio, foi a vez da UMEF Irmã Feliciana Garcia e da UMEF Deputado Mikeil Chequer receberem a equipe formada pelo Desembargador Hélio Mário, a servidora Williana e as estagiárias Albimar e Isabela Vieira. As apresentações despertaram curiosidade e engajamento dos alunos, criando um espaço rico de trocas e aprendizados.

De acordo com o estudante de Direito da FDV e voluntário do Programa TJC, Albimar Brêda da Silva Junior, a visita realizada no dia 7 de maio de 2025 à UMEF Irmã Feliciana Garcia e à UMEF Deputado Mikeil Chequer, em Vila Velha/ES, foi muito mais do que uma atividade acadêmica. “Foi um reencontro com o sentido mais elementar do Direito: o compromisso com a dignidade humana, com a escuta, com o vínculo. Ali, entre jovens curiosos e outros nem tanto, mas todos cheios de vida, experimentei o que considero o núcleo moral da nossa vocação jurídica: estar ao lado, não acima; falar com, não para.”

Para Albimar, o Direito não pode seguir sendo uma linguagem hermética, repleta de jargões, quando sua verdadeira missão é construir pontes e não muros. “Devemos nos apegar mais à vida. Preocupar-nos, sim — mas, sobretudo, estar dispostos a realizar a vontade dos direitos e garantias fundamentais, não como intérpretes frios da norma, mas como intérpretes calorosos da condição humana. Como um médico que se curva à beira do leito, atento não só ao diagnóstico, mas à história do paciente.”

Inspirado por essa vivência, o estudante compartilhou também uma reflexão interdisciplinar: “Compreendo cada vez mais que o vínculo é biológico antes de ser cultural. Gosto muito de um artigo intitulado ‘Consolation as possible expression of sympathetic concern among chimpanzees’, de Teresa Romero, Miguel A. Castellanos e Frans B. M. de Waal (2010). Os estudos mostram que até os chimpanzés, seres sociais e complexos, constroem confiança pelo olhar. A fóvea ocular ativa neurônios específicos na amígdala cerebral, provocando uma reação moral, um vínculo. É por isso que um bebê busca o olhar da mãe ao nascer, ou que um cachorro nos entende quando o olhamos com verdade.”

E conclui: “Não criamos vínculos com discursos sofisticados, mas com presença, escuta e olhar. Naquele dia, nas escolas públicas de Vila Velha, cada aluno que me olhou nos olhos me ensinou isso. É esse o Direito que eu escolhi viver.”

Durante as visitas, foi exibido um vídeo institucional sobre o programa, foram apresentadas as ações previstas, os prêmios, a culminância do projeto, e houve a entrega das cartilhas que serão trabalhadas em sala de aula. Também foram discutidos os temas que serão desenvolvidos com os alunos.

No dia 8 de maio, quinta-feira à noite, a equipe visitou a turma da EJA da UMEF Aly da Silva, em Ponta da Fruta. A Juíza Lucy Lago, acompanhada das estagiárias Yasmin e Lívia, registrou em relato pessoal a experiência daquele encontro:

“Chegamos na UMEF Aly da Silva (EJA), em Ponta da Fruta, por volta das 18h40, em um dia chuvoso. Fomos recebidos pela Diretora Diana e por um grupo de professores muito simpáticos. A escola participa do Programa TJC com uma turma regular e com os alunos da EJA. Os estudantes ouviram atentamente a apresentação e foram bastante participativos. A turma da EJA é formada por jovens e adultos, como a Rosalina, de 61 anos. São curiosos por conhecimento e muito receptivos. A escola conquistou o segundo lugar em 2023 e está determinada a alcançar o pódio na culminância deste ano.”

Já no dia 12 de maio, segunda-feira, a programação seguiu nas escolas UMEF Reverendo Antônio da Silva Cosmo e UMEF Professor Thelmo Torres, com a presença da Desembargadora Maria Francisca, do servidor Josué e das estagiárias Isabel e Maria Eduarda. O envolvimento dos alunos foi crescente ao longo das apresentações, e a abordagem sobre o contrato de aprendizagem, os direitos trabalhistas e o valor do estudo na escola pública gerou debates relevantes.

A coordenadora de projetos da Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha, Juliana Coutinho, que acompanhou diversas atividades, compartilhou sua percepção sobre o impacto do programa:

“As visitas estão sendo bem interessantes. Cada escola, cada aluno, tem um olhar diferente. Algumas turmas são grandes, outras pequenas, algumas mais agitadas, mas todas interessadas. E os professores, sempre comprometidos. A princípio, muitos alunos não entendem por que estamos ali, mas ao final da apresentação, todos ficam animados em participar do programa.”

Juliana também relatou conversas com professoras de História e de Português que estão coordenando o programa em suas respectivas unidades. Um dos temas discutidos foi a forma pejorativa como o termo "CLT" tem sido usado entre os jovens, o que abre espaço para trabalhar o valor dos direitos conquistados e da dignidade do trabalho.

Na visita do dia 13 de maio a equipe envolvida na atividade foi composta por dez integrantes: dois representantes do TRT (a Desembargadora Maria Francisca e o APJ Josué), seis representantes da Faculdade de Direito de Vitória – FDV (a Professora Gilsilene e as alunas Maria Eduarda, Isabel, Sofia, Alice e Nathália), além de dois membros da Prefeitura de Vila Velha (Juliana e Leonardo).

As atividades tiveram início na UMEF Reverendo Antônio da Silva Cosmo, localizada em Jardim Colorado. Segundo relato do servidor Josué, ele, a Desembargadora Maria Francisca, Isabel e Maria Eduarda chegaram à escola por volta das 12h45 e se dirigiram ao auditório, amplo e bem estruturado, onde aguardaram a chegada dos demais integrantes da equipe. Com todos reunidos, a Desembargadora iniciou a fala e os membros do projeto se apresentaram. Na sequência, a Professora Gilsilene conduziu uma exposição aprofundada sobre o Programa TJC, que gerou grande interesse entre os estudantes, com diversas perguntas durante e após a apresentação. O diretor da escola, professor Vinícius, acompanhou toda a atividade e fez questão de agradecer à equipe pelo trabalho desenvolvido. O encerramento foi marcado por gestos de carinho: a Desembargadora Maria Francisca foi surpreendida com pedidos de abraço por parte dos alunos, enquanto Josué foi calorosamente cumprimentado com apertos de mão.

Na parte da tarde, a equipe seguiu para a UMEF Professor Thelmo Torres, no bairro Itapoã, onde a atividade aconteceu em uma quadra interna coberta. No momento da chegada, foi montada uma tela para a exibição de imagens do programa. A diretora da escola, Geyza, deu as boas-vindas à equipe, mas precisou se ausentar para um procedimento médico, deixando a pedagoga Neide e demais auxiliares responsáveis pelo acompanhamento da atividade. A apresentação foi conduzida pela Desembargadora Maria Francisca, seguida das falas de Juliana, que exibiu vídeos e slides, da Professora Gilsilene e novamente da Desembargadora. Ao final, foram distribuídas cartilhas educativas aos estudantes. Como a quantidade inicialmente levada foi insuficiente, o servidor Josué prontamente buscou exemplares remanescentes no carro, deixando mais 20 unidades na escola.

No dia 14, a equipe que realizou as visitas foi composta pelo juiz do trabalho Luis Eduardo Fontenelle, pelo servidor Josué dos Reis, pelos acadêmicos de Direito Luiza, Helena e Murylo, e pela coordenadora de projetos Juliana, da SEMED. As escolas visitadas foram a UMEF Prof. Luiz Malizeck, no bairro Divino Espírito Santo, e a UMEF Profa. Nair Dias. A equipe contou com a presença do Juiz Fontenelle, do servidor Josué, dos acadêmicos Luisa Pereira, Helena Almeida, Murylo e Julia Fonseca. Foram realizados momentos de escuta e esclarecimentos sobre os temas centrais do programa, como os direitos sociais e o papel do Judiciário.

O juiz Luis Eduardo Fontenelle relatou que foi “uma manhã muito agradável”, destacou o interesse demonstrado pelos estudantes e afirmou que "esse ano a equipe de voluntários está bastante motivada" e que sentiu que os alunos das escolas participantes estão "muito engajados e  animados para participar".

 

Em 19 de maio, a Escola Marista de Terra Vermelha recebeu uma equipe expressiva do TJC. Participaram da visita a professora Gilsilene Passon, o servidor Josué dos Reis e os acadêmicos Mateus Bastos Machado, Isabelly Barboza Pires, Carlos André Gomes de Paula e Rayane Conti Ferreira. As duas turmas do Ensino Médio foram reunidas no pátio da escola para participar do encontro. Após as falas da equipe do TJC, que apresentou o programa, seus objetivos e as etapas previstas, o vice-diretor Rodolfo Bernardino fez uso da palavra para agradecer, em nome da direção, pela renovação da parceria com o Programa Trabalho, Justiça e Cidadania. Ele destacou a importância da iniciativa para a formação cidadã dos estudantes e reafirmou o compromisso da escola com o projeto.

O coordenador Hélio Mário registrou que todos os integrantes da equipe foram calorosamente acolhidos pela comunidade escolar e relataram grande entusiasmo por parte dos alunos e professores. Segundo ele, "os estudantes demonstraram muito interesse e já compartilharam várias ideias sobre como desenvolver os temas em sala de aula, o que revela o potencial transformador do programa neste ambiente escolar".

As próximas etapas do programa incluem a aplicação e o debate dos temas em sala de aula, com base nas cartilhas entregues, seguidos da visita dos estudantes às instalações da Justiça do Trabalho – TRT da 17ª Região. Nessa fase, os alunos poderão assistir a audiências e conhecer de perto o trabalho de juízes, advogados, servidores, membros do Ministério Público e demais profissionais do sistema de Justiça.

O Programa TJC agradece a todos que contribuíram para o sucesso desta fase: magistrados, servidores, estudantes, professores, coordenações pedagógicas, direções escolares e instituições parceiras, incluindo a empresa patrocinadora

O Programa Trabalho, Justiça e Cidadania conta com o patrocínio da ArcelorMittal.

 

 

 

 

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