Literário

O Leão e o Javali, fábula de Esopo versificada por Geraldo de Castro Pereira



Fazia muito calor.
Um leão foi procurar
Um riacho bem tranquilo
Pra sua sede matar.

De repente, um javali,
Metido a valentão,
Foi também beber água
Onde estava o leão.

Entre aqueles animais,
Formou-se um grande berreiro
Para ver quem beberia
Daquela água primeiro.

Quando estavam já brigando,
Num tremendo escarcéu,
O leão viu urubus
Sobrevoando no céu.

Disse então para o inimigo
Num tom suave e brando;
“Estás vendo os urubus
Perto de nós já chegando?

Estão numa expectativa
De quem vai ganhar a lida.
E quem perder a parada,
Vai servir-lhes de comida”.

O javali concordou
Com o seu “novel” amigo.
Beberam juntos a água,
Sem correrem mais perigo.

Os urubus se mandaram
Para bem longe dali.
Não brigaram nunca mais
O leão e o javali.

Como moral da história,
Este bom conselho siga:
“Mais vale um mau acordo
Do que uma eterna briga”.

Geraldo de Castro Pereira

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